No habitual jogo do gato e do rato com os gestores de TI, na segunda metade de 2024 os cibercriminosos mantiveram-se ocupados, encontrando lacunas na segurança e formas inovadoras de expandir o seu leque de vítimas. Mas houve um tipo de ameaça e de alvo que, de acordo com os investigadores da ESET, se destacaram: os “infostealers” e as criptomoedas.
O “Threat Report” da ESET referente ao período de junho a novembro de 2024 salienta as ameaças recorrentes dos chamados “Infostealers”, bem como alterações registadas nas ferramentas mais usadas para roubo de dados. Sem surpresa, com as criptomoedas a atingir valores recordes no segundo semestre de 2024, os dados das carteiras de criptomoedas foram um dos principais alvos dos agentes maliciosos. Na telemetria da ESET, isso refletiu-se num aumento nas deteções de ‘cryptostealers’ [infostealers específicos para roubo de dados de carteiras de criptomoedas] em várias plataformas. Curiosamente, o aumento mais dramático foi registado no macOS, onde o chamado Password Stealing Ware – que visa fortemente as credenciais de carteiras de criptomoedas – registou um aumento de 127% em comparação com o primeiro semestre do ano. Ao mesmo tempo, as ameaças financeiras no Android, que visam aplicações bancárias e carteiras de criptomoedas, aumentaram 20%. Os utilizadores de Android, mas também os de dispositivos iOS, devem estar atentos a um novo vetor de ataque, já capturado ‘in the wild’ e analisado pelos investigadores da ESET no segundo semestre de 2024. Nesses ataques, os cibercriminosos aproveitaram as tecnologias Progressive Web App (PWA) e WebAPK para contornar as medidas de segurança tradicionais vinculadas aos aplicativos móveis. A razão é que nem os PWAs nem os WebAPKs exigem que os utilizadores concedam permissões explícitas para instalar aplicações de fontes desconhecidas; desta forma, os utilizadores das duas maiores plataformas móveis podem acabar por instalar involuntariamente aplicações maliciosas que roubam credenciais bancárias. E, a menos que haja uma mudança na forma como estas plataformas abordam este tipo de tecnologias, a ESET prevê o aparecimento de campanhas de phishing mais sofisticadas e variadas, utilizando PWAs e WebAPKs. Redes sociais, IA e vídeos ‘deepfake’ Recentemente, as águas das redes sociais tornaram-se ainda mais turvas, com o aparecimento de uma série de novas fraudes que utilizam vídeos ‘deepfake’ e publicações com marcas de empresas para atrair as vítimas para esquemas de investimento fraudulentos. Esses golpes, rastreados pela ESET como HTML/Nomani, tiveram um aumento de 335% nas deteções entre os períodos do relatório, e não se espera que o seu crescimento diminua. O segundo semestre de 2024 também deu origem a um novo golpe direcionado aos utilizadores de plataformas populares de reserva de alojamento, como o Booking.com e o Airbnb. Utilizando um kit de ferramentas denominado Telekopye, originalmente desenvolvido para defraudar pessoas em mercados online, os burlões utilizam contas comprometidas de fornecedores de alojamento legítimos para identificar pessoas que tenham reservado recentemente uma estadia e, em seguida, direcionam-nas para páginas de pagamento fraudulentas. O relatório completo da ESET pode ser acedido aqui. Os comentários estão fechados.
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Data
Dezembro 2024
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