Em Portugal, os Centros Comerciais e as chamadas “grandes superfícies” continuam a crescer em popularidade. Mas, segundo a InPost, líder europeu em entregas não domiciliárias, há uma “transformação silenciosa” em curso, impulsionada por uma aliança com o comércio eletrónico.
De acordo com a Associação Portuguesa de Centros Comerciais[1], estes espaços representaram 38% das vendas do comércio a retalho em Portugal em 2022 com um aumento das vendas de 11% face a 2022. A par com o aumento crescente do comércio eletrónico – em 2023, 44% da população residente em Portugal com 16 a 74 anos efetuou compras através da Internet, de acordo com um estudo da ANACOM[2] – o comércio local e as lojas tradicionais continuam a sentir os desafios impostos pelas mudanças dos hábitos de consumo da população. Contudo, é precisamente o comércio eletrónico que, através das redes de entregas não-domiciliárias, está a permitir ao comércio tradicional fazer frente às grandes superfícies, tornando-se pontos de recolha de encomendas e, assim, ganhando uma maior resiliência face às alterações dos padrões de consumo. Nicola D'Elia, CEO para Portugal, Espanha e Itália do Grupo InPost, indica que um estudo interno da empresa revelou que “60,77% das lojas que se tornaram um Ponto Pack {a rede de entregas não-domiciliárias da InPost} aumentaram as suas vendas”. O impacto das entregas nas comunidades locais A razão, segundo este responsável, deve-se ao facto de que, ao tornarem-se um ponto de recolha e entrega de encomendas online, “as lojas de bairro diversificam a sua carteira de serviços e atraem novos clientes, uma vez que aumentam a sua visibilidade junto da população, dando-se a conhecer aos consumidores.” Outro resultado do estudo da InPost indica que um total de 83,57% dos utilizadores finais notam um impacto positivo deste serviço de encomendas no seu bairro ou zona de residência, o que demonstra o potencial para aumento das vendas da transformação do negócio local num ponto de recolha. “Quando as pessoas se deslocam para levantar ou enviar uma encomenda, acabam por comprar produtos, por vezes por impulso, outras vezes por conveniência”, explica D’Elia. “Atualmente, e ao falarmos com 50% dos nossos Ponto Pack em Portugal e Espanha, descobrimos que 88,3% dos retalhistas acreditam que ter este tipo de serviços melhora a vida das comunidades locais e 58,7% afirmam que as vendas aumentaram desde que começaram a trabalhar connosco.” Benefícios ambientais Para além disso, as lojas de bairro que se tornam um Ponto Pack trazem benefícios para o ambiente. Isto porque o modelo de entrega não-domiciliário reduz significativamente as emissões de CO2 das distribuições de última milha ao consolidar as entregas de encomendas num único ponto central. Ou seja, ao utilizar este método, os utilizadores não só tomam decisões de compra mais sustentáveis, como também contribuem para reduzir o congestionamento do tráfego e a poluição nas cidades. A transformação das lojas de bairro em pontos de recolha não é apenas uma resposta engenhosa à concorrência dos centros comerciais e do comércio eletrónico – ela representa uma redefinição significativa do comércio retalhista, reforçando a importância das pequenas lojas nas nossas comunidades, ao mesmo tempo que equilibra as oportunidades face aos gigantes do retalho. [1] https://www.apcc.pt/noticias/o-impacto-dos-centros-comerciais-em-portugal/335 [2] https://www.anacom.pt/render.jsp?contentId=1772526 Os comentários estão fechados.
|
Marcas e Empresas
Tudo
Data
Março 2025
|