A ESET, empresa europeia líder em soluções de cibersegurança, lançou o seu relatório do primeiro quadrimestre do ano, o Threat Report T1 2022, que compila as principais estatísticas dos seus sistemas de deteção, destacando exemplos notáveis da sua investigação na área da cibersegurança e revelando informação exclusiva sobre ameaças atuais. Enquanto primeiro relatório de ameaças do ano corrente, que cobre o período correspondente aos meses de janeiro a abril, o Threat Report T1 2022 inclui ainda comentários sobre tendências gerais observadas ao longo destes meses, com destaque para as principais descobertas de investigação. Os ciberataques que contam a história da guerra na Ucrânia A mais recente edição do ESET Threat Report descreve os vários ciberataques ligados à atual guerra na Ucrânia que os investigadores da ESET analisaram ou contribuíram para mitigar. Entre eles, está o reaparecimento do malware Industroyer, que visou um fornecedor de energia na Ucrânia. Antes da invasão da Rússia à Ucrânia, a telemetria da ESET registou uma queda acentuada nos ataques via RDP[1] de 41% em relação ao quadrimestre anterior. O declínio destes ataques surge dois anos depois de um crescimento constante. Entre as razões possíveis por detrás deste declínio, a ESET sublinha a queda no trabalho remoto relacionado com a pandemia, a maior sensibilização entre os departamentos de TI, e a guerra, cuja disrupção e sanções terão influenciado o acesso e disponibilidade às infraestruturas envolvidas nos ataques RDP. Apesar disso, perto de 60% dos ataques RDP registados no último quadrimestre tiveram origem na Rússia. Outro efeito secundário da guerra foi a Rússia, tipicamente um país imune a ameaças de ransomware, ter sido o maior alvo de ameaças desta categoria no último quadrimestre (12%). Os investigadores da ESET detetaram inclusive variantes de “lock-screen” que usam a saudação nacional ucraniana “Slava Ukraini!” (Glória à Ucrânia!). Adicionalmente, registou-se um aumento no número de ransomware e “wipers”[2] mais amadores. Os seus autores assumem frequentemente o apoio de um dos lados em luta e posicionam os ataques como vinganças pessoais. Sem surpresas, a guerra tem também sido explorada por autores de ameaças de spam e phishing. Logo após a invasão, a 24 de fevereiro, scammers começaram a aproveitar-se das pessoas que procuravam apoiar a Ucrânia, usando iniciativas de caridade e angariação de fundos fictícias como iscos. Nesse mesmo dia, a telemetria da ESET detetou um grande pico em deteções de spam. Paisagem de ameaças além da invasão A telemetria da ESET também encontrou outras ameaças não relacionadas com a guerra. Entre elas, a ESET destaca o reaparecimento do Emotet, uma família de trojans bancários distribuída sobretudo através de campanhas de spam de email. As deteções do Emotet cresceram em mais de uma centena em comparação com o quadrimestre anterior. No entanto, a decisão da Microsoft de desativar os macros da Internet por predefinição nos programas Office forçará os operadores do Emotet a procurar novas vias de ataque. Finalmente, o ESET Threat Report T1 2022 passa em revista as mais importantes descobertas de investigação do período. A equipa de investigação da ESET revelou ainda o abuso de controladores vulneráveis do kernel, vulnerabilidades UEFI de alto impacto, malware de criptomoeda que visa dispositivos Android e iOS, uma campanha ainda não atribuída de implementação do malware DazzleSpy em macOS, e as campanhas de Mustang Panda, Donot Team, Winnti Group, e do grupo APT TA410. Para mais informações, descarregue o relatório completo. Imagem de alta resolução: https://fotos.aempress.com/WhiteHat/T1-2022/ [1] https://docs.microsoft.com/en-us/troubleshoot/windows-server/remote/understanding-remote-desktop-protocol [2] https://en.wikipedia.org/wiki/Wiper_(malware) Os comentários estão fechados.
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Abril 2024
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